C. S. Lewis – A última noite deste mundo

29 jul

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C.S. Lewis (1898-1963)

O regresso de Jesus à terra é considerado pelo apóstolo Paulo a “bendita esperança” dos cristãos. Numa época em que o pessimismo e o juízo apocalíptico caracterizam a perspectiva dos cientistas numa extensão quase tão grande como a dos teólogos, ousamos afirmar diretamente, baseados na autoridade da Palavra de Deus, que aguardamos novos céus e nova terra enquanto esperamos pelo Senhor da Glória.

A doutrina da segunda vinda não tem sentido se, pelo que nos diz respeito, não nos fizer compreender que em qualquer momento do ano se pode aplicar devidamente à nossa vida a pergunta de Donne: “Que seria, se fosse esta a última noite do mundo?”. Por vezes, incomoda-nos essa ideia, acompanhada de profundo terror, o qual é incutido em nós por aqueles que nem sempre se aproveitam devidamente dela.

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Trecho 1Não é justo, creio eu, pois estou longe de aceitar que se pense no temor religioso como algo desumano e degradante, a ponto de se optar por sua exclusão da vida espiritual. Sabemos que o amor, quando puro, não admite nenhuma espécie de temor. O mesmo já não sucede com a ignorância, o álcool, as paixões, a presunção e até a estupidez. Seria bom que todos alcançássemos aquele amor puro, em que o temor já não existe; mas não convinha que qualquer outro agente inferior pudesse bani-lo, enquanto não conseguíssemos chegar àquela perfeição.

Quanto a mim, é um caso diferente o argumento que não raro surge de que a ideia da segunda vinda de Cristo pode provocar um terror contínuo nas almas. Decerto não é fácil, pois o temor é uma emoção e, como tal, mesmo fisicamente não pode se manter por muito tempo. Pela mesma razão, não é fácil admitir uma ânsia contínua de esperança na segunda vinda.

O sentimento–crise é essencialmente transitório, já que os sentimentos vêm e vão, e só se pode fazer bom uso deles nesta altura. De forma alguma poderiam constituir o nosso alimento de todos os dias na vida espiritual. O que importa não é o terror (ou a esperança) que possamos ter em relação ao fim; o que é necessário é não esquecê-lo, tendo-o em devida conta.

Trecho 2

Vejamos um exemplo. Uma pessoa normal em seus setenta anos não vai pensar (muito menos falar) na morte que se aproxima; mas não procede assim o avisado, o inteligente, embora os anos ainda não lhe pesem. Seria loucura se aventurar em ideais baseados em esquemas que supõem mais uns vinte anos de vida; loucura seria não satisfazer a sua vontade.

Ora, a morte está para cada indivíduo como a segunda vinda está para a humanidade inteira. Todos acreditamos, suponho, que o homem tem de se desprender da sua vida individual, lembrando-se de que essa vida é breve, precária e provisória, e não abrindo o coração a nada que possa findar com ela. O que os cristãos de hoje parecem esquecer com facilidade é que a vida de toda a humanidade neste mundo é também breve, precária e provisória.

Qualquer moralista nos dirá que o triunfo pessoal de um atleta ou de uma dançarina é certamente provisório, mas o principal é lembrar que um império ou uma civilização são também transitórios. Sob o aspecto meramente mundano, todos os empreendimentos e triunfos nada significarão quando chegar o fim.

Trecho 3

De parabéns, os cientistas e os teólogos: a terra não será sempre habitada. E o homem, por mais que viva, não deixa de ser mortal. Há apenas uma diferença: enquanto os cientistas esperam uma desagregação lenta, vinda do interior, nós a temos como uma interrupção rápida vinda do exterior, a qualquer momento. Será então a “última noite deste mundo”.

(Artigo publicado originalmente na revista americana “His”).

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