Um profeta do século 20 (1897 – 1963)
“Penso que minha filosofia é esta: tudo está errado até que Deus endireite as coisas.”
Aiden Wilson Tozer nasceu na Pennsylvania, em 1897. Embora tenha morrido em 1963, sua vida e legado espiritual continuam atraindo milhares para um conhecimento mais profundo de Deus.
Tozer tomou um caminho na vida espiritual que poucos tentaram, caracterizado por uma perseguição inexorável e amorosa de Deus. Ele desejou saber mais do Salvador, como servi-lO e adorá-lO com todo o seu ser, e chamou os cristãos para voltarem à posição autêntica e bíblica que caracterizou o início da Igreja, uma posição de fé e santidade profundas.
Tozer pastoreou várias igrejas da Aliança Cristã Missionária, foi autor de mais de quarenta livros e serviu como editor da Alliance Life (Vida de Aliança), a publicação mensal da ACM. Embora não tenha recebido educação teológica formal, suas obras são admiráveis e profundas. A presença de Deus era a sua sala de aula, seus cadernos e ferramentas mesclavam-se com a oração e seus mestres foram os Puritanos e os grandes homens de fé.
Tozer converteu-se aos dezessete anos, ganhando uma fome e sede insaciáveis por Deus. Uma área vazia no porão da casa da família tornou-se o refúgio onde podia orar e meditar na bondade de Deus. Ele escreveu: “Descobri que Deus é sincero e generoso e, em todos os sentidos, é fácil viver com Ele”.
Casou-se com Ada Celia Pfautz em 1918 (com quem teve sete filhos, seis rapazes e uma menina) e no ano seguinte – cinco anos após sua conversão –, sem formação teológica formal, aceitou um convite para pastorear uma igreja pela primeira vez. Foi um começo humilde, mas que levou o jovem casal a um ministério de 44 anos com The Christian and Missionary Alliance(Aliança Cristã Missionária).
Dinheiro era extremamente difícil nos primeiros dias do seu ministério. A família Tozer fez um pacto de confiar em Deus para todas as suas necessidades, apesar das circunstâncias. Tozer nunca abriu mão desse princípio. Dizia-se que se ele tivesse comida, roupas e seus livros, estava contente. A família nunca teve carro; ele optou por ônibus e trem para viajar. Até mesmo depois de se tornar um autor famoso, ele destinou muito de seus direitos autorais para os que estavam em necessidade.
A mensagem dele era tanto cheia de frescor quanto inflexível. O único propósito de sua vida era conhecer Deus pessoalmente, e ele encorajou outros a fazerem o mesmo. Ele rapidamente descobriu que uma relação profunda e permanente com Deus era algo que tem de ser cultivado.
Enquanto pastoreava uma igreja em Indianápolis, Tozer notou que seu ministério estava mudando. Apesar de não se afastar do tema do evangelismo, Deus começou a conduzi-lo a registrar seus pensamentos em papel. A mudança, na verdade, revelou o escritor prolífico.
Embora seja reputado como um dos maiores pregadores do século 20, Tozer alcançou um número maior de pessoas por meio de seus escritos. São mais de quarenta livros atribuídos a ele. Grande parte do que escreveu refletia-se na pregação de muitos pregadores, que se alimentavam espiritualmente com suas mensagens, como ainda hoje.
Em 1928, Tozer aceitou um chamamento para ser pastor do Southside Gospel Tabernacle, em Chicago, onde permaneceu por trinta anos. A igreja cresceu. Missões e a vida mais profunda em Jesus Cristo eram seus dois focos primários.
“Os sermões de Tozer nunca eram rasos”, escreveu Snyder, autor de uma biografia dele. “Havia pensamentos sérios atrás deles, e ele forçava os ouvintes a pensar com ele. Ele teve a habilidade de fazer seus ouvintes encararem-se à luz do que Deus estava dizendo a eles. O irreverente não gostava de Tozer; o sério que queria saber o que Deus estava lhe dizendo o amava.”
Tudo o que Tozer ensinou e pregou saiu do tempo em que ele passou em oração com Deus. Era quando deixava o mundo e sua confusão lá fora e focalizava sua atenção só em Deus.
“Nossas atividades religiosas deveriam ser ordenadas de tal modo a sobrar bastante tempo para o cultivo dos frutos da solidão e do silêncio”, escreveu Tozer.
Pela influência que herdou dos pais da espiritualidade, como William Law, Madame Guyon e especialmente François Fénelon, ele percebeu que era chamado para um tipo diferente de devoção, que exigia um esvaziar do ego e uma fome por ser enchido até transbordar com o Espírito de Deus. Essa devoção o consumiu ao longo de sua vida.
“Tozer era um místico – um místico cristão – em uma época pragmática e materialista. Ele ainda nos convida a ver aquele verdadeiro mundo das coisas espirituais que transcendem o mundo material que tanto nos atrai. Suplica para que agrademos a Deus e nos esqueçamos da multidão. Ele nos implora que adoremos a Deus de modo que nos tornemos mais parecidos com Ele. Como esta mensagem é desesperadamente necessária em nossos dias!
“A. W. Tozer recebeu a dádiva de compreender uma verdade espiritual e erguê-la para a luz a fim de que, como um diamante, cada faceta fosse observada e admirada. Ele não se perdeu nos pântanos da homilética; o vento do Espírito soprava e ossos mortos reviviam. Suas obras eram como graciosos camafeus cujo valor não se avalia por seu tamanho. Sua pregação se caracterizava pela intensidade – intensidade espiritual – que penetrava no coração do ouvinte e o ajudava a ver Deus. Feliz é o cristão que possui um livro de Tozer à mão quando sua alma está sedenta e ele sente que Deus está longe.” - Warren W. Wiersbe
O biógrafo Lyle Dorsett coloca isso desta forma: “Tozer se preocupou com a profundidade de seu ministério e deixou a amplitude do seu ministério para o Espírito Santo”.
Sua pregação e seus livros concentram-se inteiramente em Deus. Ele não tinha tempo para mercenários religiosos, que inventavam novas formas para promover suas mercadorias e subir nas estatísticas. Tozer marchou ao ritmo de uma batida diferente e, por esta razão, normalmente não acompanhava os passos de muitas pessoas que participavam de desfiles religiosos.
Suas mensagens, para alguns, estão ultrapassadas. Acatá-las será nadar contra a maré do modernismo. Os velhos conheciam Tozer; mas, no atual cenário cristão, de aumento de teologia liberal e sincretismo, muitos se esqueceram dele. É possível que a geração mais jovem nunca ouça falar de tal homem.
Mas, diante disso, devemos considerar uma tremenda responsabilidade que pesa sobre nossos ombros: o que temos feito com este profeta? O que temos feito com as palavras que foram geradas pelas dores de parto deste homem que andou com Deus? Ele viu as intenções do coração de Deus para estes últimos dias. Mas onde está Tozer em nosso cenário?
Muitos desvios espirituais hoje em dia poderão ser evitados se ouvirmos a voz de Deus por meio deste profeta.
Certo autor disse de Tozer: “Eu temo que nós nunca vejamos outro Tozer. Homens como ele não são gerados na faculdade, mas ensinados pelo Espírito”.
A. W. Tozer morreu numa segunda-feira, 12 de maio de 1963, quase uma semana depois de pregar seu último sermão. A procura havia acabado, e o destino, alcançado. Um epitáfio simples marca sua sepultura em Akron, Ohio: A. W. Tozer – Um Homem de Deus.
A maravilhosa procura por Deus é mais que um legado. É um modo de vida passado a nós para que também experimentemos o que A. W. Tozer viveu. Você começou sua procura por Deus?