Gerson Lima – A História Pertence aos Intercessores

28 jan

A oração é um privilégio que Deus concede, por Sua graça, aos homens. Agostinho disse que “a verdadeira e completa oração não é outra coisa senão o amor”. No entanto, a oração também é uma responsabilidade que devemos abraçar, pela graça, e elevá-la ao nível da intercessão. Precisamos compreender que é a oração intercessora que faz girar as rodas da obra de Deus.

No Antigo Testamento, embora milhares de pessoas servissem a Deus no tabernáculo, só o sumo sacerdote tinha o privilégio de entrar no Santo dos Santos, somente uma vez por ano, e ali intercedia por ele e pelos homens. Havia um véu que separava o homem do Santo dos Santos. Ninguém mais tinha esse privilégio.

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Mas agora, no tempo da graça, podemos entrar com confiança no Santuário da presença de Deus, pelo sangue de Jesus. Quando Jesus morreu na cruz, Sua carne foi rompida e, assim, se rompeu o véu que nos separava de Deus. Agora, em Cristo, um novo e vivo caminho foi aberto para termos comunhão com Deus como Pai (Hb 10).

A oração é um privilégio imerecido. Pelo Evangelho, Deus transforma inimigos destinados à condenação eterna em amigos e estende a nós, por graça, Sua comunhão. No entanto, a oração é também uma responsabilidade porque, como disse John Wesley, “Deus nada faz a não ser em resposta à oração”. A obra de Deus avança quando Seus filhos intercedem. Deus é todo-poderoso, mas decidiu que Seus filhos sejam Seus colaboradores por meio da intercessão.

William Blake afirma que a tarefa da vida é aprendermos a suportar os “fardos de amor de Deus”. É lamentável que a maioria do povo de Deus conheça apenas a oração como privilégio, mas negligencie sua responsabilidade como intercessor. Segundo Richard Foster, “ao passar da petição para a intercessão, estamos transferindo nosso centro de gravidade, antes situado naquilo de que precisávamos, para a necessidade e a preocupação do próximo. A oração de intercessão é a oração altruísta. (…) Na obra contínua de Deus, nada é mais importante que a oração de intercessão”.

A maioria desfruta dos privilégios da oração, mas foge da responsabilidade de levar o peso da causa do Senhor pela agonia da intercessão. Seu momento de oração está perfumado com o aroma suave de louvor, mas onde está o suor e pranto de um coração dilacerado pelos gemidos do Espírito Santo?

É uma bênção desfrutar do privilégio da oração, mas aprenda a bater nas janelas do céu com tempestades de intercessão, para que elas se abram e rompam-se ondas de avivamentos na Terra. Os homens e mulheres que mudaram a História aprenderam a ir além da oração como um privilégio, a ponto de, pelo peso da responsabilidade espiritual, transformá-la em intercessão. João Calvino aprendeu que “devemos repetir uma súplica não duas ou três vezes, mas quantas vezes precisarmos, centenas, milhares de vezes. (…) Não podemos nos cansar de esperar a ajuda de Deus”.

Toda a Igreja deveria compreender que foi chamada para o ministério da oração intercessora. “Minha casa”, disse Jesus, “será chamada casa de oração.” Nas palavras de Dietrich Bonhoeffer: “A oração de intercessão é o banho purificador no qual o indivíduo e a comunidade devem entrar todo o dia”.

Nosso maior exemplo de vida de oração

Jesus mesmo é o nosso maior exemplo de vida de oração. Embora sendo Deus, exerceu Seu ministério como Filho do Homem, por isso vivia em oração. Ao ser introduzido no ministério, Lucas ressalta que ele orava enquanto era batizado; e enquanto orava, o céu se abriu. Em seguida, foi conduzido pelo Espírito para o deserto, onde jejuou e orou por quarentas dias. Fazia parte de seu estilo de vida Se retirar para lugares desertos e passar horas em oração (Mc 1.35; Lc 5.16). Ele passou uma noite em oração antes de escolher Seus doze discípulos (Lc 6.12-13). Ele orou pelas crianças (Mt 19.13-15). Levou Seus três discípulos mais íntimos ao Monte da Transfiguração com o propósito de orar e, enquanto orava, transfigurou-Se diante deles (Lc 9.28-29). Ele intercedeu por Pedro diante da investida de Satanás (Lc 22.31); orou para ressuscitar Lázaro (Jo 11. 41-42); intercedeu por Si, pelos discípulos e por todos os que viriam a crer n’Ele (Jo 17). No Monte das Oliveiras, antes de ir à cruz, intercedeu tão intensamente que, em profunda angústia, Seu suor caía na terra como gotas de sangue (Lc 22.44). Ele intercedeu enquanto estava na cruz (Lc 23), cumprindo a profecia de que intercederia pelos transgressores (Is 53.12). Ele começa e termina Seu ministério em profunda oração. E, mesmo na glória, vive para interceder pelos Seus; por isso estamos de pé.

Homens que mudaram a História pela intercessão

Todos os homens e mulheres que andaram com Deus fizeram da oração a coisa mais importante da vida. “Muita oração”, escreveu E. M. Bounds, “é o sinal e selo dos grandes líderes de Deus.”

Martinho Lutero declarou: “Tenho tanto que fazer que não consigo prosseguir sem gastar três horas diárias em oração”. Ele sustentava o lema: “Aquele que ora bem estuda bem”.

John Knox costumava passar noites em oração intercedendo a Deus: “Dá-me a Escócia senão eu morro!”. A rainha Maria, a sangrenta, temia mais suas orações do que um exército com dez mil homens armados. Deus entregou a Escócia a Knox. Ele mudou a História.

John Wesley anotou em seu diário, no dia 01/01/1739: “Por volta das três da manhã, enquanto eu continuava em oração, o poder de Deus veio poderosamente sobre nós, de tal maneira que muitos gritaram de tanta alegria e muitos caíram ao chão. Tão logo nos recuperamos um pouco de tal perplexidade na presença de sua Majestade, irrompemos em uma só voz: ‘Nós oramos a ti, ó Deus; reconhecemos que tu és o Senhor’”. Wesley era homem de oração. Por meio de sua pregação em chamas irrompeu um forte avivamento que arrastou a Inglaterra para Deus e a livrou do paganismo. Todos os grandes ganhadores de almas foram pessoas de muita oração, e de oração poderosa, e todos os grandes avivamentos foram precedidos e levados a cabo pela perseverança daqueles que prevaleciam em oração.

David Brainerd (1718 – 1747) costumava deitar-se no chão gelado à noite, envolto em uma pele de urso, cuspindo sangue, intercedendo para Deus salvar os índios. Ele orou: “Oh, que eu possa ser uma chama ardente a serviço do Senhor. Eis-me aqui, Senhor, envia-me a mim; envia-me para os confins da terra (…). Envia-me para longe de tudo que possa ser chamado de conforto terreno; envia-me para a própria morte se for a Teu serviço e para promover o Teu reino”. Deus o ouviu e o enviou aos índios; ele converteu criaturas pagãs aos milhares. Seu sogro, Jonathan Edwards, publicou sua biografia, que merece ser lida de joelhos, que serviu de inspiração a inúmeros missionários, como William Carey e Jim Elliot.

Jonathan Edwards (1703 – 1758) foi reconhecido como o principal filósofo nascido nos EUA e reputado como um dos maiores pensadores cristãos da história da Igreja. Ele unia erudição e piedade e foi, ao lado de Wesley, um instrumento poderoso no período do Grande Despertamento na Inglaterra no século XVIII. A História nos conta que, na noite anterior ao maravilhoso sermão que deu início ao avivamento que sacudiu grandemente a Nova Inglaterra, ele e alguns outros passaram a noite em oração. Desde o dia em que começou a pregar, quando menino, até a hora da sua morte, ele não conheceu um abatimento da paixão. Até o fim de sua notável carreira, sua alma foi uma fornalha de zelo ardente pela salvação dos homens. “Para esses descobridores da fronteira da fé, a oração não era um hábito menor, anexado à periferia da vida: era a vida deles. Era o trabalho mais sério de seus anos mais produtivos” (Richard Foster).

Charles Finney costumava orar até que comunidades inteiras fossem tocadas pelo Espírito de Deus e os homens não pudessem mais resistir à poderosa influência. Certa vez, ele ficou tão abatido pelos seus trabalhos que seus amigos o enviaram ao Mar Mediterrâneo para descansar. Mas ele estava tão preocupado com a salvação dos homens que não conseguiu descansar e, ao voltar, entrou em agonia de alma orando pela evangelização do mundo. Por fim, a agonia de sua alma se tornou tão grande que ele orava o dia todo e só parava à noite, quando recebia uma segurança profunda de que Deus efetuaria a obra.

Ao chegar a Nova Iorque, Finney pregou suas Palestras de Avivamento, que foram publicadas no seu país e no estrangeiro e resultaram em avivamentos por todo o mundo. Depois seus escritos foram parar nas mãos de Catherine Booth e a influenciaram poderosamente, tanto que o Exército de Salvação foi, em parte, uma resposta de Deus às suas intercessões.

Andrew Murray (1888 – 1958) ressaltou: “Jesus não ensinou Seus discípulos como pregar, mas sim como orar”. Murray cresceu ouvindo seu pai intercedendo para Deus enviar avivamento na África do Sul. Seu pai não lhe ensinou a pregar, mas herdou sua vida de oração como estilo de vida. Ele também passou a orar por avivamento. Em 1860, Deus enviou um avivamento na igreja onde Murray pastoreava, e o fogo se alastrou por várias partes. Milhares de pessoas foram salvas. Ele sentiu o peso da palavra do Mestre quando vivenciou que “a seara é grande e são poucos os trabalhadores”. Então, Murray passou a orar e trabalhar para que Deus enviasse trabalhadores. Ele cresceu sob a linha teológica reformada holandesa, mas seu ministério foi transformado e avivado depois de ter sido curado de uma enfermidade na garganta, que o havia calado por cerca de dois anos, e ter experimentado avivamentos. Ele escreveu cerca de 240 obras de forma devocional para ajudar os cristãos a conhecer e a buscar a Deus. Sua obra Com Cristo na Escola de Oração é reconhecida como um dos clássicos sobre oração.

John Hyde (1865-1912), além de tímido e fraco, não tinha talentos para ser um grande pregador. No entanto, adotou a vida de oração como seu ministério de forma tão intensa que foi reconhecido como o homem que orava. Ele deixou o conforto dos Estados Unidos e foi missionário por cerca de vinte anos na Índia. Em 1910, seu ministério de intercessão trouxe um avivamento e cerca de 100 mil almas a Cristo coroaram sua carreira.

Eu quase não me lembro das pregações que ouvi em minha juventude, mas me recordo do frescor da unção de Deus a cada vez que li, por cerca de 20 vezes, a pequena biografia de John Hyde. Como fui inspirado a praticar a oração e como isso me sustentou em meus primeiros anos de fé.

Rees Howells (1879 – 1950) é reconhecido como Intercessor, título de sua maravilhosa biografia escrita por Norman P. Grubb. Ele não foi um pregador famoso, no entanto, por meio de seu ministério de intercessão, Deus operou intervenções milagrosas em sua geração.

Depois de voltar da África, onde foi intercessor pelos avivamentos, Deus o dirigiu para a compra de várias propriedades (sem dinheiro) para iniciar um Instituto Bíblico, um lar para filhos de missionários e uma escola para a educação dessas crianças. Deus colocou sobre seus ombros o peso de nações e a visão de levar o evangelho a toda criatura. Tendo antes batalhado sozinho em intercessão, agora Deus o chamava para levantar uma companhia de intercessores.

Em um dos períodos mais obscuro da humanidade, um grupo de quase cem pessoas intercedeu diariamente durante a Segunda Guerra (1939 a 1945). O foco era resistir ao espírito maligno que, por trás de Hitler, queria fechar o mundo para o evangelho. Eles criam que Deus iria julgar Hitler, como fez a Faraó no Egito. “Senhor, dobra a vontade de Hitler”, oravam.

A História nos conta que a força aérea alemã já havia afundado vários navios de guerra, e a expectativa dos ingleses era de conseguir retirar apenas 30.000 homens antes do cerco final das forças terrestres. Então, o primeiro-ministro francês afirmou que “só um milagre” poderia salvá-los. Diante do pânico que assolava a Europa, quando os ingleses já não tinham mais reservas para resistir aos ataques alemães, Hitler e seu exército, sem explicação lógica, se retiraram. Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, reconheceu que tal livramento foi de fato uma intervenção divina.

A vida de intercessão de Howells e seus colaboradores demonstra que a história do mundo está nas mãos dos intercessores, e isso é um estímulo para todos nós. Como bem disse Hudson Taylor: “Quando trabalhamos, nós trabalhamos; quando oramos, Deus trabalha”.

Evans Robert foi o instrumento usado por Deus para irromper o reavivamento de Gales entre 1904 e 1905. Em 1891, com apenas treze anos, Roberts começou a orar por duas coisas importantes: para que Deus o enchesse com o Seu Espírito e para que enviasse o reavivamento ao País de Gales. Ele investiu toda sua vida no banco de oração. Deus respondeu rompendo as janelas do céu. De acordo com alguns estudiosos, o avivamento no País de Gales foi um dos maiores na história, dado o curto tempo de duração e o impacto que causou, não só nas regiões circunvizinhas, mas através do mundo. Sem dúvida, foi um dos grandes acontecimentos que viriam a marcar significativamente o início do século XX.

Evan Roberts era um jovem de 26 anos quando o avivamento irrompeu. Wesley Duewel nos diz, em seu livro O Fogo do Reavivamento: “Quando as notícias do Avivamento Galês se espalharam ao redor do mundo, alguns dos grandes pregadores e líderes espirituais da época vieram testemunhá-lo. Alguns o chamaram de ‘Pentecostes maior que Pentecostes’. Muitos dos líderes foram achando que podiam dar direção e liderança a esse novo mover. Mas ninguém pôde liderar diante da clara presença e controle do Espírito Santo”. Rick Joyner também comentou: “O grande conhecimento e a eloquência se dobraram ao amor e devoção pura (…). Um dos grandes pregadores daquela época, G. Campbell Morgan, testificou que ele trocaria todo o seu estudo por uma porção da presença de Deus que acompanhava essas crianças”.

D. Martyn Lloyd-Jones é considerado por muitos o mais importante pregador do século XX e minucioso expositor da Palavra. No entanto, sua esposa disse: “Ninguém entenderá meu marido até que reconheça que ele é primeiramente um homem de oração e, em seguida, um evangelista”.

O príncipe dos pregadores, Charles Spurgeon, atribuía seu sucesso no ministério às orações de sua igreja. Ele disse: “Eu preferiria ensinar um homem a orar do que dez homens a pregar”.

Frequentemente, somos perguntados: por que temos poucos milagres hoje e a obra de Deus anda tão lentamente? Uma das respostas, certamente, E. M. Bounds, o apóstolo da oração, nos deu: “Deus quer homens consagrados, porque eles podem orar e irão orar (…). Da mesma forma que os homens que não oram barram o Seu caminho, O prejudicam e impedem o sucesso da Sua causa; os homens não consagrados são também inúteis para Ele e o impedem de pôr em prática os Seus planos e de executar Seus nobres propósitos (…)”. Com ele concorda Andrew Murray, quando afirma: “Qual é a razão de muitos obreiros cristãos no mundo não terem uma influência maior? Nada, além da falta de oração em seu serviço (…). Nada além do pecado da falta de oração é a causa da falta de uma vida espiritual poderosa”. E Murray aponta a direção quando diz: “O homem que mobiliza a igreja cristã para orar estará dando a maior contribuição para a história da evangelização do mundo”.

Infelizmente, a falta de oração é uma das maiores fraquezas do povo de Deus neste tempo do fim. Satanás tem usado muitas distrações para nos manter afastados da oração. “Ele não teme os estudos bíblicos, nem o trabalho, nem a religião daqueles que não oram. Ele ri de nossa labuta, zomba de nossa sabedoria, mas treme quando nós oramos”, disse Samuel Chadwick.

Como está sua vida de oração? Você tem batalhado com Deus para elevar sua oração ao nível da intercessão? Você tem parceiros de intercessão? Deus nos chama para interceder. E “quanto mais intercedemos”, disse Wesley L. Duewel“tanto mais íntimo é o nosso andar com Cristo e tanto mais forte nos tornamos pelo poder do Espírito”. Oremos! “A oração do justo pode muito em seu efeito” (Tg 5.16). Lembre-se, a História pertence aos Intercessores.

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Escrito em Monte Mor, SP, no início de janeiro de 2021.

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