Coisas Boas que Deixam as Pessoas Fora do Céu! – David Wilkerson

31 ago

Acredite ou não, muitas pessoas de bem que estão envolvidas em realizar coisas maravilhosas não irão para o céu. Pior que isso, muitos que se consideram cristãos e estão convencidos de que irão para o céu ficarão de fora — mesmo não estando eles envolvidos em pecados grosseiros ou em qualquer tipo de coisa errada!

Os cristãos a respeito dos quais eu falo não usam drogas e nem álcool. Não jogam. Não se entregam à pornografia ou à perversão sexual. Não estão entre aqueles que são corruptos ou vis. Na verdade, você pode encontrar muitos deles na igreja nos domingos pela manhã. E eles gastam a maior parte do seu tempo livre com os amigos e a família, desfrutando de coisas agradáveis. São pessoas de família, e com valores familiares.

Tendo dito isto, desejo fazer uma declaração ainda mais ousada — que poderá ofender alguns. Contudo, eu o faço com interesse amoroso por aqueles da igreja de Jesus Cristo que não enxergam que estão caminhando em direção ao desastre: alguns correm o perigo de perderem suas próprias almas — apesar de se assentarem na igreja, absolutamente convencidos que estão a caminho do céu!

O conjunto desta ideia pode lhe parecer um paradoxo. Mas desejo provar isto a você com as Escrituras. Se você deseja levar a sério uma mensagem que lhe venha proveniente do Espirito Santo, que seja esta.

O meu ponto é o seguinte: alguns crentes ficarão de fora dos céus não devido às coisas más que fizeram — mas porque ficaram tão preocupados em realizar coisas boas e legítimas, que negligenciaram aquelas que realmente contam: as coisas eternas.

O zelo pelas coisas boas pôs de lado as coisas de Deus!

Estas pessoas ficam tão ocupadas com cada detalhe do dia a dia, que literalmente não têm tempo para as coisas mais profundas da vida espiritual. Elas estão dando o seu suor para construir os seus negócios, fazer progredir as suas carreiras, sustentar suas famílias — mas o alvo de seu interesse ficou completamente desarranjado!

A Bíblia diz: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mat. 6:33).

Estas são palavras do próprio Cristo, e não são uma sugestão, mas um mandamento. Jesus quer dizer o que Ele diz: “Se vocês buscarem primeiro ao Senhor, Ele vai tomar conta de todas as coisas pelas quais vocês têm trabalhado duro — carreira, negócios, lar, família. Mas vocês precisam fazer dEle a sua prioridade número um!”

O apóstolo Paulo acrescenta:

“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra. Pois morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo em Deus” (Col. 3:2-3)

Mais uma vez, isto não é uma sugestão, mas um mandamento. Em grego, o significado é: “Concentre a sua atenção, ou interesses, nas coisas de cima”. Em outras palavras: “Leve a sua concentração — semelhante ao aço, ao concreto — a ser direcionada às coisas de Deus. Torne-a inabalável, imbatível”.

Entenda por favor: Deus nunca pediu que todos nós vendêssemos as nossas casas, terras e propriedades; nunca disse que precisamos deixar os nossos empregos e nos tornarmos monges, passando a nos dedicar inteiramente à meditação e ao estudo bíblico. (Sim, Jesus disse isto, mas para um homem apenas — porque as possessões deste homem haviam se tornado seus ídolos. Deus não diz isto para todos.)

Algumas pessoas me dizem: “Deus me mandou deixar esposa e filhos para entrar no ministério.” Eu olho estas pessoas direto nos olhos e digo: “Deus não lhe disse para fazer isto. Foi a sua própria mente ou então o diabo. O Senhor não se dedica a destruir casamentos!” Deus jamais lhe pedirá que faça algo deste tipo. Mas Ele insiste em ser o centro da sua vida, em torno do Qual tudo mais gira. Ele exige que os Seus interesses, a Sua igreja, as Suas coisas tenham prioridade. É necessário que Ele seja o centro!

A maior indignidade que qualquer cristão pode cometer contra o Senhor é deixá-Lo em uma posição secundária. Isto é um tapa na face de Deus. Você pode achar que não é culpado de tamanha afronta contra Ele — mas, como você prioriza o seu tempo? Por exemplo, quantas vezes você faltou à igreja em benefício dos seus negócios? Nestas ocasiões, não foram os seus clientes que ficaram aguardando — foi Deus. Eles foram postos em primeiro lugar, acima dos Seus interesses!

Compreendo que você não pode evitar faltar à igreja se você tem um trabalho que lhe impede de frequentar — se for por exemplo, uma enfermeira ou um trabalhador noturno. Mas estou falando das pessoas que podem escolher — aquelas que dirigem o seu próprio negócio, por exemplo, e que optam por trabalhar em vez de frequentar a casa de Deus. A Bíblia adverte:

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Heb. 10:25).

Este é outro mandamento do Senhor. Porém, qual é a prioridade na sua vida? Quem fica esperando: os seus negócios, ou o Senhor?

Se não guardarmos estes mandamentos, enfrentaremos consequências horríveis. Na verdade, eu não sabia que Jesus havia dado tantos avisos a respeito deste assunto. Desejo lhe mostrar três passagens em particular:

1. ATENTE PARA O QUE JESUS DIZ A RESPEITO DOS DIAS DE NOÉ E LÓ (LUCAS 17:26-30).

“Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do homem; comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar” (Luc. 17:26-30).

Olhe novamente para esta lista que Jesus nos dá, e preste atenção às coisas que as pessoas faziam naquele tempo. Sabemos que havia violência tal como o mundo nunca havia visto, junto com imoralidade grosseira tal como sodomia e homossexualismo. Mas Jesus não fala de nenhuma destas coisas aqui. E Ele também não menciona alcoolismo ou perversões. Em vez disto, veja com cuidado o que Ele diz que as pessoas estavam fazendo imediatamente antes de a condenação cair sobre eles: comendo, bebendo (porém Ele não menciona embriaguez), casando-se, noivando, comprando, vendendo, plantando, construindo. Não há nenhum pecado nesta lista. Todas estas coisas são boas, legítimas.

Em verdade, tudo que Jesus relaciona aqui é recomendado na palavra de Deus para aqueles que desejam ser fiéis no cultivo da família e aos servos do Senhor. O casamento, por exemplo. Paulo diz: “…mas, se te casares, com isso não pecas…” (I Cor. 7:28). Em outro lugar as Escrituras dizem: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio…” (Heb.13:4).

Além disto, Provérbios 31 nos diz que a esposa virtuosa “Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho” (Prov. 31:16). Desde os tempos de Josué, quando Israel se mudou para a terra prometida, Deus levou as pessoas a plantar nos campos e a construir edifícios para a Sua glória. Não há absolutamente nada errado nestas atividades.

Por que, então, Jesus Se concentra apenas nas coisas boas e legítimas que as pessoas faziam nos dias anteriores ao julgamento? É porque Ele está tentando nos dizer algo vital:

Ele está nos alertando quanto a nossa total desatenção à Sua Palavra ao nos tornarmos completamente absorvidos por nossos próprios interesses!

Pense nisto: a Bíblia nunca fala uma palavra afirmando que Noé tenha sido zombado, maltratado ou perseguindo durante os 120 anos em que ele trabalhou com a arca. Aparentemente, seu trabalho e sua pregação nunca foram interrompidos. Deus está dizendo: “Sim, havia violência e corrupção naquele tempo. Mas a grande maioria das pessoas estava tão ocupada em fazer coisas boas, legítimas, que não tinham tempo para refletir sobre os avisos de Noé. Todo mundo estava tão ocupado em se casar, sair para comer, em se envolver com os amigos e desfrutar do prazer, que não tinham tempo para ouvir”.

A pregação de noé se perdeu no meio de um grande atropelo de negócios!

Inculpa-se o estilo americano de vida. Posso escrever livros e pregar mensagens a respeito de julgamentos vindouros, porém, com exceção de um pequeno remanescente de crentes, poucos ouvem e guardam minhas palavras. As massas de cristãos não se interessam. Por quê? É porque estão envolvidos em seus próprios planos para casamento, filhos, lar, trabalho, carreira. Não têm tempo para ouvir mensagens a respeito da vinda do Senhor!

“Assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar” (Luc. 17:30). Jesus está prevenindo: “Sucederá o mesmo com a última geração. Estarão tão ocupados, tão envolvidos com os seus próprios interesses, que deixarão de lado todos os Meus interesses!”

Tem sido assim por séculos. Muitos estão convencidos que estão destinados para o céu. Porém, semana após semana, negligenciam a casa de Deus, a palavra de Deus, a oração, a adoração. No entanto, este procedimento não é pecaminoso aos seus próprios olhos:

“…por que, pois, diz o meu povo: Jamais tornaremos a ti?… …o meu povo se esqueceu de mim por dias sem conta. …ainda dizes: Estou inocente…” (Jerem. 2:31-31,35)

Estas pessoas podem estar fazendo coisas boas e legítimas — porém o Senhor não é o primeiro para elas! Ele não é o centro de suas vidas. Se Ele fosse, não O colocariam de lado. Elas achariam tempo para ficar com Ele!

Jeremias repreendeu o povo pelo “mudar leviano …dos teus caminhos” (v. verso 36). Todos estavam se mexendo, fazendo coisas boas, ocupando-se de obras legítimas, até mesmo religiosas. Porém, estavam negligenciando a Deus. Não tinham tempo para buscar o Senhor, não tinham tempo para se assentar aos Seus pés e aprender.

O mesmo acontece hoje em todo o corpo de Cristo.

Pode-se ficar tão ocupado com Deus que não há tempo para buscá-Lo.

Muitos não conseguem se assentar e guardar a Sua palavra porque estão constantemente mudando levianamente os seus caminhos!

“Assim será…” Quando Jesus falou de Sua volta, por que Ele não falou sobre o índice de criminalidade? Por que não Se referiu à imoralidade de hoje? Ele nada disse a respeito da epidemia de drogas, de nossas prisões superlotadas, dos nossos pecados quanto aos abortos. Não — Ele disse apenas: “Assim como foi naqueles dias, as pessoas estarão comprando, vendendo, comendo, casando-se — preocupados com ‘coisas boas’. E elas ficarão tão ocupadas, que negligenciarão suas próprias almas!”

Vejo, mentalmente, o rosto de muitas pessoas que não frequentam mais a igreja de Times Square.

Em outubro, a nossa igreja vai comemorar o seu nono ano de vida. Durante os nossos primeiros três anos, havia um enorme entusiasmo. Muitos jovens profissionais e pessoas ligadas aos negócios vinham aos nossos cultos — adoráveis homens e mulheres de carreira, em chamas para o Senhor. Eles testificavam que haviam estado espiritualmente famintos, e que a Igreja de Times Square os havia resgatado da morte espiritual.

Estas pessoas estavam sempre lá, quando as portas da igreja se abriam. Levavam para casa mensagens gravadas dos nossos cultos, ouvindo-as várias vezes até que os sermões fossem absorvidos. Também eram ganhadores de almas. Todas as vezes que me viam na rua, eles paravam e me abraçavam, elogiando-me para os desconhecidos: “Este é o meu pastor. Você precisa vir ouvi-lo pregar!”

Sempre que eu ia aos seus escritórios e me apresentava às suas secretárias, eu recebia um tratamento VIP. Imediatamente me diziam: “Pode entrar, pastor”. Ao entrar em seus escritórios, eles largavam tudo, me abraçavam e diziam: “Oh pastor — domingo foi maravilhoso! Quando cheguei em casa, mal consegui dormir. O Espírito do Senhor estava sobre mim a noite toda”.

Atualmente, eu já não vejo muitos dos seus rostos na igreja. Pouco a pouco, os vejo se desviando, de volta para o materialismo. Hoje, estão sendo consumidos pelo trabalho, pela carreira ou pelos negócios. Muitos frequentam igrejas que possuem reuniões de apenas uma hora, somente aos domingos, com um pequeno sermão de vinte minutos, que não tem persuasão. Quando vejo essas queridas pessoas na rua, elas fingem que não me viram. Alguns chegam mesmo a se virar e mudar de direção.

A sua rejeição me magoa muito. Mas, quanto mais do que isso Deus é magoado pela rejeição a Ele? Como Ele sente-Se ao ser tratado com desprezo por aqueles que uma vez andaram, conversaram e choraram com Ele? No passado, estas mesmas pessoas Lhe disseram: “Senhor, Tu salvastes a minha vida de um inferno mau. Nunca Te deixarei!” Mas agora, eles não Lhe concedem nem um instante do seu dia.

Você deu a Jesus uma aceitação parcial?

Pode-se dizer: “Tenho de ganhar a minha vida. O Senhor compreende.” Não é assim! Ele jamais compreenderá — nem jamais aceitará — o fato de O colocarmos em segundo plano em relação a alguém ou à alguma coisa:

“Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia” (Col. 1:18).

Em grego, a palavra “primazia” aqui significa “primeiro lugar”. É necessário que Jesus tenha a prioridade!

2. REFLITA SOBRE O HOMEM QUE FEZ UMA GRANDE FESTA — MAS CUJOS CONVIDADOS TODOS O REJEITARAM (LUCAS 14:16-24)

Esta parábola é importante — porque Jesus é o homem que está dando a grande festa! A festa a respeito da qual se fala aqui é o evangelho, e a mesa preparada é a cruz. E o convite de Jesus é para todos:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28).

Em poucas palavras, o nosso Senhor nos convida a ter intimidade com Ele. Fomos exortados a chegar à Sua presença para ceiar com Ele, para conhecê-lO, para desfrutar da Sua companhia. Ele diz: “Venha e encontre uma mesa preparada para você. Tudo já está pronto. Você encontrará plena satisfação em Mim!”

Na realidade, Jesus já concluiu tudo que é necessário para nos dar total satisfação nesta vida. Todo o nosso desejo ardente — tudo que tem a ver com a santidade e a piedade — está contido nEle:

“…seu divino poder, nos têm sido doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (2 Pe. 1:3).

A mesa foi preparada. A ceia está pronta!

Porém, a parábola nos diz que quando chegou a hora do jantar e a mesa estava servida, ninguém apareceu. Os servos olhavam à rua, mas não chegava nem uma pessoa. O senhor tinha a esperança de que os seus convidados iriam parar tudo para chegarem cedo com expectativa, antecipando a comunhão com grande alegria. Mas ninguém veio.

Eu lhe pergunto: como sentir-se-ia você se preparasse uma refeição maravilhosa, convidasse pessoas que confirmassem que estariam lá, mas quando tudo estava arrumado na mesa, ninguém aparecesse? Será que você não entenderia isto como sendo rejeição total — significando que seus convidados não tinham interesse em você?

O senhor decidiu enviar um servo para lembrar aos seus convidados que já estava tudo pronto. Era o último convite: “A ceia está pronta. Por que você não veio?” Mas, as Escrituras referem: “…todos, à uma, começaram a dar desculpas…” (Lucas 14:18).

O primeiro convidado deu desculpa de que estava preocupado com um negócio imobiliário: “Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado…” (mesmo verso). Este homem provavelmente era um negociante de terras, que havia comprado a terra sem a ver. Ou, talvez ele simplesmente queria um terreno sobre o qual construiria uma casa para a sua família.

Ora, não é pecado especular com terras. Nem é pecado construir uma casa. Ambas as coisas são boas, legítimas. Afinal de contas, antes de cair o julgamento sobre Judá, Elias adquiriu um pedaço de terra, devido à uma revelação que havia recebido.

Mas o ponto aqui não é a compra de terra. O ponto é o seguinte: este homem havia se concentrado na coisa errada! Concentrou-se nos seus interesses — em seus negócios ou nos negócios da família — e colocou de lado o convite para privar da intimidade com o senhor. Disse: “Depois eu cuido disto. Primeiro vou resolver os meus interesses”. Mas, o fato é que aquela terra não iria sair de lá. Ele poderia ter ido no dia seguinte!

O segundo convidado negociava gado. Disse ao servo: “Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado” (verso 19). Este homem talvez fosse do ramo da pecuária. Parece que ele havia visto os dez bois antes de adquiri-los, e provavelmente estavam bem, na ocasião. Mas agora, ele precisava testá-los, para confirmar se havia feito um bom negócio.

Não existe pecado no que este homem fez. Testar os bois era uma coisa legítima a ser feita, e até de responsabilidade. Abraão e Jó sem dúvida fizeram a mesma coisa muitas vezes, sendo ricos em em gado. Este homem estava apenas fazendo o que a palavra de Deus recomenda a qualquer negociante sério.

Mas, outra vez, o ponto não é este. Onde estava o pecado deste homem? Ele agia como se dirigir-se ao paiol era mais importante do que se dirigir à igreja. Os bois poderiam ser testados no dia seguinte. Mas ele não queria deixá-los esperando; em vez disto, ele fez com que o senhor esperasse!

O último convidado disse; “…Casei-me e, por isso, não posso ir” (verso 20). Bem, nada poderia ser mais legítimo do que se casar. A Bíblia diz que o homem que acha uma esposa acha o bem (veja Provérbios 18:22).

Mas mais uma vez, o problema não é se casar. Este homem pecou ao colocar a sua família primeiro! O Senhor diz: “A devoção à família é boa a seu tempo, no lugar certo — mas não quando ela toma o Meu lugar!”

Este homem poderia ter trazido a sua esposa à festa. Esta teria sido uma boa maneira de começar o seu casamento. Ele poderia ter dito: “Meu bem, o Senhor sempre foi o primeiro na minha vida. Ninguém toma o Seu lugar. Todas as vezes que as Suas portas estiverem abertas para mim, sempre irei ter intimidade com Ele. Os interesses dEle têm prioridade na minha vida. Agora, eu desejo que os meus valores sejam os seus valores. Então, tornemos os Seus interesses uma prioridade nossa”.

Este pecado de se colocar a família antes do Senhor é um dos pecados mais prejudiciais na igreja de hoje!

Conheço donas de casa que acham mais difícil ir à igreja no domingo de manhã, do que fazer qualquer outra coisa. Mas durante a semana, elas têm tempo sobrando para ficar andando por aí! Elas estão sempre correndo, fazendo algo de especial para os seus filhos. Elas arranjam tempo para aulas de dança, de música, para funções na escola, festas, picnics, esportes, compras. E a lista vai crescendo. Mas para as coisas do Senhor, elas acham um tempo curto. A mensagem que chega é esta: “Os meus filhos vêm em primeiro lugar!”

Quero lhe dizer: se você negligenciar os interesses de Deus, e colocar os seus filhos primeiro, você os amaldiçoará! Foi isto que aconteceu com Ezequias e Manassés. O Senhor concedeu a Ezequias mais quinze anos de vida; anos que ele deveria gastar dobrando-se ao Senhor e trazendo renovação para Israel. Em vez disto, Ezequias gastou aqueles anos brincando com brinquedos de adultos: colecionando joias, gado, e edificando construções. O filho que ele criou durante estes anos, Manassés, observava o seu pai colocando os brinquedos e a família primeiro. O resultado? Manassés se tornou um dos reis mais perversos na história de Israel.

Qual foi o pecado dos três homens nesta parábola? Foi que a terra, os bois e os interesses da família todos colocaram de lado o convite para gozar da intimidade e da comunhão com o senhor. Não me entenda mal: todas as coisas que eles estavam fazendo eram boas e legítimas. Mas elas se tornaram pecaminosas — imperdoáveis — ao roubarem destes senhores o seu tempo e a sua reverência pelo senhor!

Agora, desejo fazer outra declaração importante:

Você não é verdadeiramente um apaixonado por Jesus caso você não proteja o seu tempo junto a Ele!

É necessário que você chegue a um ponto em que você passe a considerar como invasão tudo aquilo que rouba o seu precioso tempo na presença de Jesus. Uma vez que você O ponha de lado, ou que dê prioridade a qualquer coisa, isto pode facilmente se tornar um hábito. E você acaba como Jeremias disse; negligenciando-O “…por dias sem conta” (veja Jeremias 2:31-32).

O que sucede quando um senhor é negligenciado? Ele se torna zangado! O senhor nesta parábola disse:

“porque vos declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia” (Lucas 14: 24).

Em outras palavras: “Tudo bem, cavalheiros: vocês me mostraram que estão todos muito ocupados para mim. Vocês colocaram o seu trabalho, as suas famílias, a sua terra, o seu gado antes de mim. Vocês não desejam ceiar comigo e me conhecer. Então eu lhes digo: vocês nunca me conhecerão. Vocês jamais entrarão pelos meus portões!”

Igualmente, muitos irão a Jesus dizendo: “Senhor, realizamos obras poderosas em Seu nome. Nós expulsamos demônios e curamos os enfermos, tudo para a Sua glória”. Mas Ele responderá: “Todas estas coisas são boas: mas nunca lhe conheci! Você estava muito ocupado para ser íntimo comigo. Você nunca colocou tudo de lado e se assentou na minha presença. Agora todas as suas boas obras mostraram terem sido em vão. Aparte-se de mim, estranho!”

3. FINALMENTE, UM GRANDE NÚMERO DAQUELES QUE DEVERIAM ESTAR NO DESFILAR DA NOIVA SERÃO DEIXADOS DE FORA (MATEUS 25: 1-13)

Jesus nos traz uma poderosa parábola em Mateus 25: a parábola das dez virgens. Você provavelmente conhece bem esta parábola: só cinco das virgens tinham as suas lâmpadas cheias de óleo quando o noivo chegou para elas. As outras cinco foram barradas da festa matrimonial, porque tinham saído para comprar óleo quando o noivo chegou.

Já que as dez virgens desta parábola representam a igreja, será que isto significa que só a metade dos cristãos entrarão à ceia das núpcias? Eu não sei. Mas sei com certeza que é melhor que acolhamos o que Jesus nos diz aqui.

Não tenho problemas em relação ao fato de que as dez virgens “foram todas tomadas de sono e adormeceram” até a meia-noite. Antes de mais nada, aquelas que possuíam óleo podiam dormir em paz, porque tinham o suficiente até o amanhecer (alguns dizem que este óleo é o Espírito Santo, e que as cinco virgens néscias haviam descuidado e perdido a unção do Espírito).

Em segundo lugar, o óleo não constitui o âmago da parábola. Contudo, nós frequentemente nos concentramos tanto nele que perdemos um aspecto muito importante. Veja, uma vez tendo as cinco virgens néscias se reabastecido de óleo, elas voltaram e começaram a bater na porta, dizendo: “Senhor, Senhor, abre-nos a porta…’ Mas o que lhes disse o noivo? Ele não lhes perguntou onde elas haviam estado. Ele não as repreendeu por terem deixado faltar o óleo. Ele não mencionou o atraso delas. Ele não citou nada disso. Não — Ele disse mui simplesmente: “Em verdade vos digo que não vos conheço” (Mateus 25:12). Ele disse: “Não conheço vocês”. E este é o âmago da parábola!

Há pouco tempo, após um culto em nossa igreja, uma senhora e sua filha se aproximaram de mim. Cumprimentamo-nos, e aí elas ficaram lá, sorrindo. Depois de um momento, elas perguntaram: “O senhor não está nos reconhecendo?” Abanei minha cabeça. Elas disseram: “Nós encontramo-nos há quinze anos atrás, após uma cruzada em Los Angeles. O senhor orou por nós. Lembra-se? Nós estamos na sua lista de correspondência. Amamos as suas mensagens, e temos seguido o seu ministério por anos. Como que o senhor pode não nos conhecer?”

Eu não as via há quinze anos! Eu disse: “Eu sinto muito, minha senhora, eu não as conheço”. As duas mulheres eram estranhas para mim.

Certamente Jesus conhece quem nós todos somos. Ele é onisciente, conhecedor de todas as coisas. Mas não é a respeito deste tipo de “conhecimento” que Ele se refere nesta parábola. Jesus está dizendo: “Você nunca Me levou a sério. Você jamais colocou a Mim em primeiro lugar. E não é assim que as minhas núpcias são feitas. O seu coração não está presente neste relacionamento. Você Me negligenciou. Eu não posso reconhecer o seu espírito, o seu modo de andar. E não posso admiti-lo como participante das minhas bodas!”

Amado, você conhece a Jesus em seu quarto em secreto da mesma maneira que o faz na igreja? Você fala com Ele ao dirigir o seu carro para o trabalho, no metrô, no ônibus? Quando as portas da igreja se abrem, você está lá sempre que é possível?

Quando chegar aquele Dia final, Jesus lhe conhecerá?

Uma caminhada noturna pelas ruas de Nova Iorque pode ser uma experiência de partir o coração.

Há poucas semanas andei uns dois quarteirões a partir do nosso prédio, para pegar um jornal em uma banca próxima. Ao entrar na rua Quarenta e Nove, vi uma senhora inchada, de olhar entristecido, sentada em um alpendre. Ela não deveria ter muito mais do que cinquenta anos, mas tinha o aspecto de oitenta. Ela elevou os seus olhos e me mirou com um olhar faminto e absorto, como dizendo: “Isto é tudo que a vida me ofereceu”. O meu coração se partiu. Pensei, com tristeza, “Ela é a mãe de alguém”.

Virando à direita, para a Oitava Avenida, vi um jovem com um cabelo estranhíssimo. Ele se encontrava embotado pelas drogas, cambaleante, resmungando bobagens que ninguém entendia. Pensei: “Ele está vivendo o inferno, nesta vida. E quando morrer, provavelmente passará a eternidade em um inferno em chamas”. Isso me parecia tão trágico — que alguém vivesse aqui no inferno, e então morresse e fosse para o inferno. Senti-me tão entristecido e impotente.

Após comprar o jornal, me virei e vi uma jovem prostituta de dar dó, passando. Havia um olhar vazio em seus olhos. O seu corpo se encontrava arruinado e enfermo, mas mesmo assim ela ainda estava tentando vendê-lo, para arranjar outra dose de drogas. Fiquei imaginando se ela alguma vez houvera conhecido uma vida normal.

Voltei para o meu apartamento chorando. Sentei em minha cadeira, mirando o espaço, e comecei a clamar: “Oh Deus, será que esta cidade não é um inferno suficiente? O Senhor não terá piedade destas pobres pessoas quando elas estiverem diante do Seu trono? Nenhuma delas ouviu os sermões que o nosso povo ouviu na Igreja de Times Square. Eles não conhecem a comunhão dos santos. Não foram tocados pelo Espírito Santo. Não têm a capacidade mental para vigiarem a respeito de Sua volta. Oh Deus, às vezes acho que o Senhor terá mais misericórdia destes párias do que de todos os santos que ouviram centenas de sermões, mas continuam colocando-O em segundo plano!”

Em verdade, Jesus disse que será mais tolerável aquele dia para Sodoma e Gomorra do que para aqueles que uma vez experimentaram as coisas boas de Deus. Falo a respeito das pessoas que experimentaram o poder do Espírito Santo; que no passado se comprometeram a amar e a servir Jesus até à morte, mas que se desviaram para a cobiça, para o materialismo e para os próprios interesses. Diga-me: como você pode vigiar pela vinda de Jesus se você se encontra todo amarrado às coisas boas deste mundo?

Se Jesus não é a menina dos seus olhos — se você não está focalizado nEle, em Sua igreja, em Sua palavra, em Seus interesses — você não pode ser Seu discípulo. Melhor seria você ser um pária, do que ser tão hipócrita!

Mais uma vez o digo, em amor: muitos de vocês que estão lendo esta mensagem não o conseguirão — a menos que façam um compromisso hoje:

“Senhor, a partir deste momento, comprometo-me diante de Ti que serás o centro da minha vida. Tudo mais passará a ser secundário. És tudo para mim, Jesus. E sei que, caso contrário, todas as demais coisas serão em vão!”

Amém!

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