Guerra contra os Santos

16 mar

Publicar a primeira edição do volume 1 de Guerra contra os Santos, em 2001, foi um tremendo desafio para a Editora dos Clássicos, assim como, certamente, foi e será a leitura completa e imparcial por parte dos leitores. Para nós, seria mais cômodo e menos comprometedor publicar apenas os clássicos sobre espiritualidade e comentários bíblicos, mas como a urgente necessidade da palavra profética para os últimos dias têm sido um dos combustíveis para manter acesa a chama deste ministério de literatura, entendemos que a providência divina nos impeliu a avançar.

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Guerra contra os Santos faz parte da Série Alimento Sólido e, devido à sua profundidade e complexidade, merece um prefácio que pavimente o caminho das controvérsias sobre batalha espiritual a fim de que possamos discernir sua real importância. Nesse sentido, esta obra é como uma lâmpada que brilha na escuridão da nefasta apostasia em que o cristianismo tem imergido. Afinal, “devemos reconhecer que apostasia é meramente uma forma humana de expressar a invasão de forças demoníacas”[1].

De fato, como ressaltou Richard F. Lovelace, “os cristãos, desde o iluminismo, ficam nervosos quando se trata de reconhecer a realidade e atuação dos poderes demoníacos”. Segundo os historiadores, o racionalismo do século XVIII ofereceu à cultura ocidental uma esmagadora tentativa de erradicar a crença na atuação dos seres espirituais na humanidade. Daí, a “morte de Satanás” também se tornou uma das maiores luvas do sutil adversário para sua atuação imperceptível por meio da educação, da arte e da religião, até que, no século XIX, o filósofo Friedrich Nietzsche apregoou a morte de Deus e, mais recentemente, o profeta do ateísmo, Stephen Hawking, afirmou que “Deus não existe, ninguém criou o universo e ninguém dirige o nosso destino.”

O que promoveu a apostasia de gerações inteiras no século XX na Europa? O que aconteceu com a Inglaterra, lar do príncipe dos pregadores de Deus, Charles Spurgeon, e agora do príncipe dos ateus, Stephen Hawking? Será que percebemos que, em um curto espaço de tempo, nos países que foram berços de avivamentos do Espírito Santo ocorreram avivamentos satânicos, apostasia e cristianismo secularizado? Será que percebemos o quanto a antiga serpente está atuando por meio da islamização do ocidente? Será que percebemos o genocídio cultural judaico-cristão batendo em nossas portas?

“Certos teólogos, hoje em dia, não acreditam na existência de Satanás. É curioso que filhos não creiam na existência de seu próprio pai”, disse Spurgeon.

“Um estudo desse assunto, através da história da experiência cristã, revela que na maioria de outros períodos da história da igreja líderes tiveram conflito com anjos caídos, como característica constante de sua existência diária, e aprenderam a lidar com isso em termos bíblicos. Podemos passar por cima das experiências dos pais do deserto, vendo-as como sendo exageradas e supersticiosas, mas as ‘Regras para discernimento de Espíritos’, em Exercícios espirituais, de Inácio de Loyola (livro ainda usado extensivamente nos retiros jesuítas), indicam que a instrução espiritual medieval tratou de modo realista essa dimensão da experiência religiosa e acumulou sabedoria para os períodos posteriores (…).

“As tremendas lutas mentais envolvidas na conversão de líderes como John Bunyan e George Whitefield indicam que ou esses homens eram psicóticos ou eram vítimas de ataques satânicos como descritos por Lutero[2].”

É maravilhoso contemplar a revelação do Senhor glorificado no Monte da Transfiguração – quanta segurança e descanso encontramos ali! Mas o coração do Mestre, inflamado de amor, nos impele a descer com Ele para que os oprimidos e engodados pelas trevas sejam libertos (Mateus 17). O fulgor da glória do Filho de Deus manifestada no monte da revelação expulsa a escuridão que cobre a terra e faz-nos ver a beleza de Sua face; do mesmo modo, a real comunhão íntima com o Mestre deve afugentar o inimigo, abrir a porta para a palavra profética e libertar os cativos.

Sim, é espiritual estarmos assentados aos Seus pés, como Maria o fez, mas seria estagnação egoísta deixar de segui-lO em Seu ministério de sujeitar todas as coisas a Deus por meio da Igreja (1 Coríntios 15.24-25).

A busca pela vida cristã em profundidade e o conhecimento bíblico somente terão valor se nos amadurecerem para cumprirmos o propósito de Deus em Cristo; caso contrário, nossa jornada espiritual terá por base alimentar e esconder nosso ego, fugitivo da perseguidora cruz de Cristo, para vivermos para nosso bem-estar em uma pseudoespiritualidade.

Para Jessie Penn-Lewis, a sedução pelo conhecimento elevado sem a prática da piedade e a humildade já é sinal de se ter caído no sutil engano maligno. Como ressaltou o erudito G. H. Pember[3]: “A menos que haja piedade, o conhecimento vai nos levar ao inchaço”, pois “a ciência incha, mas o amor edifica [constrói]” (1 Coríntios 8.1).

Graças à infinita bondade de Deus, Seu Espírito persegue-nos em Sua determinada missão de abrir nossos olhos para que ver o Mestre e seguir Seus passos se torne a bússola de nossa vida cristã.

“A partir do momento em que nascemos do Espírito, entramos em uma zona de guerra espiritual. Não demoramos muito para descobrir que nossos inimigos espirituais são poderosos. Esses inimigos têm por objetivo levar-nos a fazer concessões desonrosas, a nos enredar e se possível até mesmo nos destruir. Eles farão tudo que estiver ao seu alcance para frustrar e acabar com a obra de Deus em nós. Os poderes das trevas nunca cessam de tentar nos impedir de crescer na graça e no conhecimento experimental do Senhor Jesus[4].”

Muitos dos notáveis servos do Senhor que avançaram no ministério da Palavra tiveram ousadia para enfrentar a realidade da batalha espiritual. Watchman Nee, por exemplo, falando sobre o fim desta era e o reino vindouro, ressalta:

“Necessitamos reconhecer com clareza que a Igreja tem a responsabilidade de trabalhar com Deus para que venha o Reino, como confirma Mateus 24.14 (…). Neste trecho, o Senhor profetiza sobre os fenômenos que terão lugar ao aproximar-se o final desta era (…). Além disso, ressalta qual é a condição para que se termine esta era e comece o Reino. Ou seja (…), para que esta era termine, os filhos de Deus têm de dar novo testemunho do evangelho do reino.

“No final desta era, seremos testemunhas de um verdadeiro avivamento deste evangelho do reino. (…). O Reino se acha em oposição direta ao Hades. O Senhor Jesus declara que o Reino consiste em lançar fora os demônios, ou seja, que pelo poder do Espírito Santo os demônios são expulsos (Mt 12.28) (…).

“Há algo que é básico e costuma faltar nos comentários bíblicos atuais: seus autores têm o hábito de esquecer o Hades. A Igreja, em suas atitudes, obras, pensamentos e palavras, tem esquecido por completo a Satanás, seu inimigo. Não sabemos que Deus escolheu a Igreja para que resista a Satanás e traga Seu reino à terra? Tenhamos em conta que a primeira vez que o Novo Testamento faz menção da Igreja, também menciona o Hades (Mt 16).

“Se lermos com cuidado os Evangelhos, observaremos que toda a vida terrena de Jesus teve como motivo a destruição das obras do diabo. Por conseguinte, Sua obra sobre a terra teve um efeito maior sobre os demônios do que sobre os próprios homens. Agora, o Senhor Jesus nos diz que, ao final desta era, Seus servos se levantarão para dar testemunho similar.

“Devemos dar graças ao Senhor porque nos últimos anos muitos dos filhos de Deus têm-se colocado em pé de guerra contra Satanás. A guerra espiritual tem-se convertido em uma realidade na vida de muitos crentes e deixado de ser uma simples questão de terminologia”[5].

A obra O Homem Espiritual[6], de Watchman Nee, é mundialmente reconhecida como um dos clássicos sobre o caminho da vida espiritual profunda e a seriedade da batalha espiritual. No entanto, muitos dos que apreciam e comentam as riquezas desta obra ficam apenas na periferia do caminho da vida espiritual por ignorar os sutis enganos do inimigo e a responsabilidade deles contra o reino das trevas.

Embora Guerra contra os Santos não seja uma obra perfeita, como nenhuma outra o é, com exceção das Escrituras Sagradas, precisamos considerar que Watchman Nee tomou-a como uma das principais referências – entre vários outros autores, como Madame Guyon, G. H. Pember, Andrew Murray e F. B. Meyer –, para escrever O Homem Espiritual e, posteriormente, sua conclusão, O Poder Latente da Alma[7].

Ele manifestou seu forte encargo em liberar uma palavra profética que acordasse os santos para a realidade espiritual do fim dos tempos, quando Satanás usaria, além do que conquistou no mundo caído, as faculdades dos próprios cristãos, que, devido à cegueira espiritual, passivamente cedem terreno às invasões de espíritos malignos.

No prefácio a O Homem Espiritual, Nee procura conscientizar seus leitores quanto à terrível oposição que sofrera para concluir o livro e do quanto eles, certamente, teriam de resistir para usufruir plenamente das riquezas nele contidas:

“Agora que este volume está para ser em breve publicado, e os outros volumes logo o seguirão, deixe-me falar francamente: aprender as verdades contidas neste livro não foi fácil; escrevê-las foi ainda mais difícil. Posso dizer que durante dois meses eu vivi diariamente nas mandíbulas de Satanás. Que batalha! Que oposição! Todos os poderes do espírito, alma e corpo foram convocados para lutar com o inferno (…).

“Vocês que são Moisés no monte, por favor, não se esqueçam do Josué na planície. Eu sei que o inimigo odeia esta obra profundamente. Ele vai tentar todos os meios para impedir que ela chegue às mãos das pessoas e que elas a leiam. Oh, que vocês não permitam que o inimigo tenha sucesso aqui”.

Devemos ter em conta que os pais da Igreja, os reformadores, os líderes dos movimentos da vida interior, os puritanos, os avivalistas, os respeitáveis expositores da Bíblia e mestres da atualidade reconhecem a inegável guerra contra os santos nos últimos dias, travada no mundo espiritual, uma vez que a Bíblia registra essa crucial verdade.

“Aquele que segue mais de perto a vontade de Deus será seguido mais de perto pelo inimigo. (…) São aqueles que são obedientes, capacitados, agradáveis a Deus os maiores alvos dos estratagemas do inimigo. Não ser perturbado por Satanás não é uma evidência de vigor espiritual. Temporadas de tentações ferozes frequentemente seguem períodos de grandes bênçãos. Martinho Lutero nunca seria o homem que foi a não ser pelo diabo. (…) Nós não deveríamos, portanto, ficar surpresos se, cedo ou tarde na vida cristã, formos colocados em novos testes; deveríamos, pelo contrário, considerar isto como meios providenciais através dos quais seremos qualificados para um melhor e mais amplo serviço. Entre nossa adoração e nosso serviço devemos estar preparados para a guerra” – W. Graham Scroggie[8].

Guerra contra os Santos não é mais uma das modernas e superficiais obras sobre batalha espiritual, muitas das quais pecam por elevar o poder do inimigo, distrair os cristãos da vitória de Cristo na cruz e da autoridade absoluta da Palavra de Deus e por estabelecer crenças a partir de experiências particulares nem sempre de acordo com a verdade bíblica, induzindo o leitor a práticas que se têm tornado, paradoxalmente, um cenário propício para a ação de espíritos malignos.

Esta é uma das mais sérias obras sobre o assunto, e o Senhor nos deu o privilégio de tê-la em português, e é justamente isso que torna nossa responsabilidade diante d’Ele e dos santos muito grande.

Sabemos que podem surgir considerações contrárias ao que a Sra. Penn-Lewis apresenta. Mas por ser uma obra que trata de assuntos espirituais profundos, gerada em dores de parto no campo da experiência, no contexto do avivamento do país de Gales e em colaboração com Evan Roberts, muitas das aparentes contradições serão resolvidas, igualmente, somente no campo da experiência e do conhecimento espiritual profundo. Além disso, devemos ter em conta que o encargo de Jessie Penn-Lewis foi também advertir seriamente os líderes cristãos quanto aos sutis enganos malignos dos últimos dias.

Reconhecemos que este não é um livro comum e de fácil compreensão, e justamente por isso ele faz parte da Série Alimento Sólido – que não é direcionada para os iniciantes na fé –, e que há pontos delicados, polêmicos e de difícil compreensão. O saudoso Christian Chen, profundo conhecedor das Escrituras e dos clássicos cristãos, afirmou que esta é uma obra maravilhosa, apesar de haver controvérsias quanto à possibilidade de santos ficarem possessos por demônios.

Como nos advertiu o obreiro e escritor colombiano Gino Iafrancesco:

“Deus não fala nos extremos. Precisamente nos extremos do propiciatório, Deus colocou querubins guardiões. Deus fala debaixo e no meio das asas dos querubins, sobre o propiciatório. Nem o rigorismo nem a lassidão são soluções. Necessitamos do equilíbrio. Por um lado, devemos apreciar todos os tesouros em todos os membros do Corpo de Cristo, mas, ao mesmo tempo, devemos lembrar que esses tesouros estão em vasos de barro, e por trás de quase imperceptíveis imperfeições em líderes notáveis podem se esconder grandes e sutis príncipes malignos que tentam anular o trabalho da Igreja. Necessitamos da nobre amplitude para valorizar, apreciar, reconhecer e ter longanimidade. Mas, ao mesmo tempo, necessitamos do rigor fulminante da cruz, que se encarrega de todos os elementos estranhos. Por isso, Deus combina ministérios distintos e complementares: Pedro e João; Paulo e Barnabé (…).

“Necessitamos agora da consciência de Corpo, de equilíbrio e de complemento (…)

“A Igreja está grávida para dar à luz o Varão Perfeito, para conformar-se à plenitude de Cristo. E as dores da gravidez são inevitáveis e necessárias. O importante é entender a Deus e avançar em Sua Luz. Não permitamos que Satanás distorça o que é complementar para apresentá-lo à Igreja como oposto e forçar a divisão. Satanás quer aproveitar-se das diferenças que são para complemento ou dos parecidos de coisas completamente distintas. O diabo quer converter o complementar em foco de oposição, ao mesmo tempo que, sutilmente, se disfarça em anjo de luz, e seus ministros, em ministros de justiça. Mas Cristo mesmo é a luz que discerne e a síntese que coordena a todos os membros de Seu Corpo, por mais distintos que sejam.

“É o próprio governo de Deus que, por Sua soberana vontade e a partir do Cristo glorificado à Sua destra, pelo Espírito de Jesus, dispôs, dispõe e disporá as circunstâncias pelas quais há de caminhar Sua Igreja peregrina. O caminho é Jesus Cristo e cada passo é o próprio Jesus Cristo”.

Por isso, recomendamos que você deverá se firmar na luz que tem do Senhor e discordar do que seu conhecimento bíblico e experiência cristã não lhe permitir aceitar, procurando ganhar com tempo mais luz e verdade quanto ao assunto em pauta. Não se iluda! Penetrar no profundo nível espiritual que Deus concedeu a Jessie Penn-Lewis não será tarefa fácil para os inexperientes em digerir alimento sólido. Mas tenhamos bom ânimo; a autora é, ao mesmo tempo, meiga, cheia de encargo e sabe, em alguns momentos, descer ao nível dos que estão na “metade do caminho”.

Leiamos esta obra diante de Deus, pedindo-Lhe o espírito de sabedoria e revelação (Ef 1.17) e, assim, poderemos tocar no que nos é apresentado. Sejamos humildes para parar quando não compreendermos ou discordarmos de algum ponto e voltar depois de um necessário período diante de Deus.

Para concluir, vale a pena lembrar a máxima da história da Igreja: “No essencial, unidade. No não essencial, flexibilidade. Sobre tudo, amor” (Richard Baxter).

Por fim, agradecemos aos muitos leitores que frequentemente nos procuraram, nos apoiaram em oração e “brigaram” impacientemente conosco pela publicação desta nova edição. Realmente, enfrentamos uma tremenda oposição para concluirmos esta edição – Deus o sabe!

Que o Senhor siga sendo gracioso com todos nós e nos conceda o poder para segui-lO fielmente na consumação de Seu propósito nesta etapa final. Nosso inimigo já foi vencido, e somos convocados para ser edificados como o glorioso Corpo de Cristo, para tomar o terreno que pertence ao nosso Senhor.

“E o Deus de paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco” (Rm 16.20).

Ao Senhor toda glória!

Pelos interesses de Cristo,

Gerson Lima

Monte Mor, SP, abril de 2018


[1] Richard F. Lovelace, Dinâmicas da Vida Espiritual, p. 36, Shedd Publicações.
[2] Ibidem, p. 109-110.
[3] Autor do clássico As Eras Mais Primitivas da Terra, publicado por esta editora.
[4] Lance Lambert, Casa de Oração, vol. 2, Editora dos Clássicos.
[5]  Extraído da obra Espírito de Sabedoria e de Revelação, de Watchman Nee, publicada por esta editora.
[6]  Publicada pela Editora Betânia e distribuída por esta editora.
[7] Publicada por esta editora.
[8] Extraído da obra Provados pela Tentação, a ser publicado em breve por esta editora.

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